Ode ao amor (dislate)
Derrames, pois elas cortam como facas e cavalgam bravas e distrõem e palavra... eu não digo mais nenhuma palavra.
Não digo forma, não digo ser, não digo cor, não digo ver,
não digo que o mais negro em mim é a minha cor de pele,é o meu interior que me repele. É disfuncional este hábito, eu vou abandonar o local onde habito, pois o amor é um local estranho e enquanto espero pela pessoa que aí vem, penso: "quem sou eu para amar alguém?
Se todos amamos alguém,
Será que somos todos amados por alguém?"
É incrível como a dor nos centra em nós mesmos,
egocentro da soidão, sós no meio da confusão,
quem sois vós pra negar o meu lamento?! não esqueçais, este inverno é meu!
E mesmo que um dia sol brilhe e aqueça o chão é tão efémera a satisfação da glória, pois "não há lugar mais vazio que o da vitória."
Destino, arte que me faz dizer tamanho dislate:
"As vezes quero dormir e só acordar morto
não que eu ache que não volte a ser feliz,
mas não mais me importo."